Verena Seelaender da Costa

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UERJ.

Fará, de novembro de 2019 a abril de 2020, um doutorado-sanduiche na Technische Universität Berlin, sob a supervisão do professor Chistoph Asmuth.

Projeto de Pesquisa: Nomeação e traduzibilidade na Teoria da Linguagem de Walter Benjamin

Esta pesquisa tem por objetivo uma análise da teoria da linguagem de Walter Benjamin a partir dos conceitos de nomeação e traduzibilidade. Partindo principalmente dos ensaios “Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem”, de 1916, e “A Tarefa do Tradutor”, de 1921, buscaremos analisar os pontos principais da teoria da linguagem benjaminiana. Para Benjamin, linguagem não se refere exclusivamente ao sistemas de signos e sons utilizados para a comunicação entre seres humanos, mas a qualquer tipo de comunicação entre seres, sejam eles animados ou não. A diferença entre a linguagem humana e a linguagem em geral reside precisamente na dimensão nomeadora da linguagem humana, que está ausente nos demais seres. O ato de nomear é simultaneamente comunicação de si e interpelação com o mundo: mais do que um conteúdo objetivo, a anunciação de um nome é movimento expressivo de participação em um meio linguístico comum. No entanto, a condição essencial de existência de uma língua enquanto tal é exatamente a participação em uma medialidade comum com outras línguas, sua participação em um meio comunicativo compartilhado. Benjamin denomina esse fundamento como a traduzibilidade fundamental de toda linguagem. Dessa forma, nomeação e tradução operam em instâncias próximas – do ponto de vista aqui defendido, um nome pode ser considerado uma tradução de uma essência espiritual em essência linguística. A traduzibilidade deve ser interpretada, por isso, mais que como somente uma consequência da equivalência entre línguas, mas como critério de inteligibilidade entre as próprias línguas.